
Uma noite eu estive longe de casa, longe de todo mundo que eu conhecia, muito mais longe do que eu já tinha ido antes. E eu nem lembrava disso, por que parecia que eu finalmente tinha me achado no mundo. Eu passeei no carro de um estranho com as pernas no encosto traseiro e ele equilibrava seu copo de bebida na minha barriga exposta. Por que eu sempre vou tão longe, pra aceitar por um dia ou dois, que não foi como eu queria? Que tipo de vida é essa, onde eu vivo em todos os lugares, menos dentro de mim mesma? Por que eu sinto que sair de qualquer forma, por que eu tomo remédio pra dormir sem ter insônia, por que minhas pernas amanhecem dormentes depois de um dia em que absolutamente nada fora do normal aconteceu?
Eu não sinto falta de um alguém específico.
E pra mim, Deidre, você nunca foi nem teria sido alguém que eu colocasse em um pedestal, de diferença, de superioridade. Você podia ter outro nome, ter vindo de outro lugar, poderia não ter esses lindos olhos cansados.
Entende o que eu quero dizer?
Você é livre do meu passado divergente e das pessoas que eu conheci, livre das minhas doenças, dos meus princípios, do meu ciúme. Eu te libertaria de tudo. Até do meu amor.