Você olhava pra mim pacientemente, e eu, débil, cabisbaixa, implodindo, ensaiava baixinho a peça que assistia nos meus rascunhos que tinham a sua forma, que tinham a sua essência. Adverti que nem me respondesse e estremeci ao dizer que acordava sentindo seu gosto vago. Meu desejo tem o seu toque e quando chamam meu nome a voz que eu escuto é sua. Eu te quero, sim, mas já passei dessa fase. Não posso continuar sendo a Lolita de ninguém, quero que me amem por quem eu sou e não pela vertigem de uma aventura qualquer.
"Maturidade", eu disse, voltando ao meu raciocínio, "significa ser coerente". Sem desfazer o semblante sério, escrevia a quarta parte da nossa obra.